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FIP terá padrão internacional de contabilidade

\"Esse tema ganhou prioridade na CVM neste ano [2014]. Um grupo de trabalho trabalha nesse assunto há três anos, e acredito que o regulador pode publicar uma minuta de adoção do IFRS\", apontou o sócio da administradora Lions Trust, Francisco Sanchez Neto, após participar do Fórum Sungard para Mercados Financeiros, realizado ontem, em São Paulo. A Lions Trust administra 20 FIPs com um patrimônio de R$ 1,5 bilhão em recursos.Sanchez Neto vê a medida como positiva para o segmento de FIPs. Em termos técnicos, os fundos terão que publicar seus resultados periodicamente e apresentar um \"valution\" [avaliação de ativos] anualmente. No mercado, a percepção é que a publicação no padrão internacional IFRS irá atrair investidores estrangeiros aos projetos de infraestrutura, energia e petróleo no Brasil.Nos últimos doze meses fechados em março último, o patrimônio líquido dos fundos de investimentos em participações (FIPs) cresceu 31,4% para R$ 124,7 bilhões, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).Dados divulgados no Congresso da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap) em abril último informavam que capital comprometido em investimentos havia atingido a marca de R$ 100 bilhões em dezembro do ano passado, valor que demonstra o crescimento expressivo em participações societárias nos últimos anos.\"Essa é uma marca importante que a indústria alcançou. Todo mundo tem falado em dificuldade de captação e isso é inerente a períodos eleitorais. Estamos num ano de indefinições. Mas passado o período eleitoral, os investimentos em infraestrutura vão continuar relevantes e segmento de óleo e gás também tem uma perspectiva muito boa\", diz Neto.Em palestra no fórum, o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio Leal, alertou que há uma preocupação dos empresários e investidores com um possível racionamento de energia em 2015. \"Algum tipo de racionamento de energia em 2015 é quase inevitável. Quem vai investir?\", questionou.Quanto ao cenário de investimentos em países emergentes, Leal lembrou que US$ 70 bilhões saíram da Rússia por causa da crise política e militar com a Ucrânia. \"Essa realocação de portfólio ajudou a equilibrar outros emergentes. Esse dinheiro circula e vai para algum lugar\", apontou o economista sobre as oportunidades nos mercados emergentes.Eficiência operacionalEm pesquisa da Sungard com 119 executivos seniores de private equity na Europa, Ásia e Américas, incluindo entrevistados no Brasil, 67% apontaram a eficiência operacional como o objetivo para superar os desafios de retorno e de transparência exigidos (relatórios) pelo mercado.Para o representante de Private Equity da Sungard no Brasil e na América Latina, André Beller, apesar do cenário político interno, o Brasil pode ser um destino de aportes de fundos de private equity internacionais no segundo semestre de 2014 e em 2015.\"As perspectivas de private equity são boas, mesmo com a crise esse é um mercado que cresce constantemente. Mesmo essa janela de incertezas econômicas e políticas acaba criando oportunidades para compra no segmento. É um investimento de longo prazo, se procura uma janela de baixa para sair na alta no futuro. A desvalorização do real no momento também torna os ativos mais baratos\", disse Beller.Fonte: DCI