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Um bilhão de pessoas do mundo em desenvolvimento chegarão à internet em 2015

O Google destacou nesta quarta-feira que um bilhão de pessoas nos países emergentes se somarão à internet em 2015, o que iniciará uma nova era com mudanças significativas em todas as áreas, na qual a América Latina pode ser uma das grandes beneficiadas.

O poder transformador da rede na economia, na sociedade, na cultura, na educação, na inclusão social e nos direitos dos cidadãos foi o centro dos discursos durante a inauguração do encontro \"The Next Billion\" (\"O Próximo Bilhão\"), organizado pelo Google no México.

Neste encontro de dois dias participam jornalistas de toda a América Latina de fala espanhola, além de economistas, empresários, docentes e diretores da multinacional tecnológica como conferentes.

A América Latina foi a região em nível global onde mais cresceu a penetração da internet no último ano (12%) e em março de 2013 tinha chegado a mais de 147 milhões de usuários conectados, segundo estatísticas mencionadas no começo do evento.

No primeiro discurso do dia, Adriana Noreña, diretora regional do Google para a América Latina, ressaltou que muitas das inovações imaginadas pelos roteiristas do popular desenho animado dos anos 60, \"Os Jetsons\" já são uma realidade, embora a história transcorresse em 2062.

Cada vez estamos mais perto do sonho de \"um mundo completamente comunicado\", considerou Adriana.

Atualmente há mais de dois bilhões de usuários de internet no mundo e metade deles está nos países em desenvolvimento, onde o crescimento da penetração de internet é maior que nos países desenvolvidos, segundo um relatório da McKinsey & Company.

No entanto, 64% da população do mundo em desenvolvimento ainda não está conectada, em grande parte devido a dois \"tetos de vidro\", que são os déficit em infraestruturas tecnológicas e em educação.

A exclusão digital existe, mas se estreita, e há iniciativas para fazer chegar as vantagens de internet inclusive aos que não estão conectados.

A esse respeito, Adriana Noreña mencionou o caso de uma escola na cidade mexicana de Matamoros, onde um professor, para ultrapassar o obstáculo da falta de acesso à internet, procura pelas noites em sua casa, essa sim conectada, toda a informação sobre os temas de interesse dos alunos.

Paloma, uma de suas alunas, conseguiu a melhor qualificação em matemática de todas as escolas mexicanas.

O impacto da economia digital já é visível em toda a América Latina. No Brasil, Argentina e México já representa de 2% a 2,5% de seus respectivos PIBs, segundo Nelson Mattos, vice-presidente de produto e engenharia para mercados emergentes.

Na Argentina o setor digital já supera o de restaurantes e hotéis e no Brasil o da mineração.

Mattos destacou que as companhias que mais estão usando as alavancas tecnológicas na América Latina são as pequenas e médias empresas, que são as grandes impulsoras das economias desses países.

As pequenas e médias empresas representam 99% do total de empresas latino-americanas e delas dependem 67% dos postos de trabalho, segundo estudos da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

As pequenas e médias empresas que investiram 30% de seu orçamento em tecnologias online viram crescer suas receitas 9 vezes mais rápido que aquelas companhias que investem menos de 10%, segundo um estudo da McKinsey & Co e do The Boston Consulting Group mencionado por Mattos.

O diretor do Google destacou também que 73% dos usuários de internet no mundo não têm o inglês como primeira língua.

Por ocasião desta reunião, o Google anunciou hoje que vai estender a outros países, em primeiro lugar ao México e à Colômbia, uma iniciativa que começou na Argentina para que especialistas na problemática das pequenas e médias empresas lhes prestem assistência online.

Também anunciou o lançamento de um programa em colaboração com o Centro Knight de Jornalismo Digital da Universidade de Austin (Texas) para promover conteúdos em espanhol na web.

Fonte: Uol